Desorganizadamente sua mente continuava a repassar o que aconteceu, tudo que viu e tudo que ele falou. Seu coração cambaleava em seu peito, tornando cada batida desajeitada mais dolorosa e agoniante. O nó em sua garganta parecia apertar mais cada vez que ela tentava encher seus pulmões de ar. Ela parou e percebeu que estava parada em frente de sua casa. Olhando para a garagem notou, com alivio, que seus pais ainda não estavam em casa. Não queria ter que explicar ou ter que falar qualquer coisa sobre o que acontecera. Parada à alguns centímetros da porta, ela se olhou para cima expirou vagarosamente. Presa na escuridão de seus sentimentos ela nem mesmo percebera que o sol havia partido. O frio que chegou com a noite não lhe incomodava, o vento havia secado as lágrimas que antes escorriam em seu rosto. Com alguns passos ela pode alcançar a fria maçaneta da porta da frente, enquanto automaticamente tirava as chaves de seu bolso e destrancava a porta. Por um segundo ela hesitou ao ouvir que a casa não estava vazia. Antes que ela pudesse decidir se entrava ou não a porta foi puxada de sua mão, revelando sua irmã mais nova.
- O que.. - sua irmã nunca terminou a pergunta. Ao ver o semblante de sua irmã o sorriso que estava estampado em seu rosto se dissolveu. - Kate, você está bem? - Pergunta estúpida, pensou a irmã. Era aparente que ela não estava bem.
Desviando seus olhos e abaixando sua cabeça ela não respondeu. Mordeu seu lábio inferior, tentando não só segurar as palavras mas também impedir que as lágrimas voltassem a cair. Sem esperar por resposta, sua irmã a puxou para dentro e lhe abraçou, como não fazia à anos. O calor e o amor que sentia através daquele gesto fez seu coração se acalmar, a dor não parou mas diminui.